ACSP: 41,3% dos brasileiros pretendem ir às compras no Natal
Data da Publicação: 17/12/2021 - 14:24
Pesquisa da Associação Comercial de São Paulo aponta que roupas, calçados e acessórios estão no topo da lista de presentes
Por Karina Lignelli.
Para celebrar o Natal, 41,3% dos brasileiros devem consumir no comércio em geral e nos supermercados, de acordo com Pesquisa Nacional de Intenção de Compras da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Mas a intenção de gastar divide os consumidores, e percentual idêntico, 41,3%, não devem comprar nada, enquanto 17,4% estão indecisos. Encomendada à Behup, a pesquisa ouviu 1.623 consumidores em todas as regiões do país.
Roupas, calçados e acessórios estão no topo da lista de presentes, com 51,5% da intenção de compras. Brinquedos, somados a itens tradicionais como bolas de futebol e bonecas, representam 34,9%. Já alimentos tradicionais para a ceia de Natal, como peru, frutas secas e panetones, respondem por 28,8%.
Presentes para a família, como perfumes (28,6%), aparelhos celulares (18,4%), bebidas alcoólicas (18,1%), decoração e enfeites de Natal (15,7%), livros (12,1%), móveis e artigos para o lar (12%), relógios (11,3%) e viagens (11%), também foram bastante citados pelos consumidores.
O levantamento também confirma o que já era tendência. Outra pesquisa encomendada pela ACSP para mostrar o interesse do consumidor na Black Friday já apontava que as pessoas não antecipariam as compras.
Na ocasião, apenas 23% dos entrevistados disseram que comprariam os presentes de Natal em novembro. Agora, 82,6% afirmaram que não aproveitaram as promoções do mês passado para o consumo de fim de ano.
“Como o consumidor não antecipou as compras na Black Friday, o mês de dezembro deverá ser bem movimentado no comércio porque as pessoas deixaram para consumir agora”, afirma Marcel Solimeo, economista da ACSP.
Com isso, a expectativa é de aumento de 10% no volume de vendas comparado a igual período do ano passado. No entanto, é preciso deixar claro que o fim de 2020 foi um período ruim para o comércio, pois o distanciamento social era maior entre a população, com os brasileiros ainda sem acesso à vacina e com a pandemia fora de controle.
“A liberação da parcela do Auxílio Brasil, em dezembro, também vai ajudar a impulsionar o consumo, pois atinge diretamente as classes sociais que mais precisam do dinheiro neste momento para comprar”, diz o economista.
DE VOLTA ÀS LOJAS FÍSICAS
A ACSP também encomendou à Behup pesquisa de intenção de compras de Natal para o Estado de São Paulo, e o total de consumidores que devem presentear na data é bastante parecido com o dos demais brasileiros: 44,2% pretendem consumir, enquanto 41,2% não devem gastar nada. Além disso, ainda há 14,6% de indecisos.
Em São Paulo, roupas, calçados e acessórios, com 54,8%, também lideram a intenção de compras dos paulistas. Já os brinquedos respondem por 39,1%, e os alimentos tradicionais para a ceia, por 30,4% das intenções de consumo.
Mesmo com a alta da inflação e a queda na renda, que devem fazer o consumidor ser mais comedido nas compras, as associações comerciais ligadas à Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) acreditam que, com a reabertura total do comércio, os consumidores, mais animados, devem priorizar as lojas físicas para presentear.
Confira a seguir as projeções, promoções e iniciativas para estimular as compras em algumas regiões do Estado:
CAMPINAS
A previsão do departamento de economia da ACIC para o Natal de 2021 indica alta de 3,45% no faturamento do comércio de Campinas e região em relação ao ano passado, atingindo R$ 6,373 bilhões.
Apesar da queda do poder de compra e da elevação dos preços com a aceleração da inflação, sondagem da ACIC aponta que o valor médio do presente deve ser de R$ 305, uma alta de 2,35% sobre 2020.
Em Campinas, o varejo deve crescer 3,5%, movimentando R$ 2,727 bilhões. Atingindo-se esta previsão, as vendas de Natal de 2021 ficarão 0,18% abaixo da movimentação financeira de 2019, antes da pandemia. Além de duas árvores de Natal, a associação instalou um painel instagramável para estimular as vendas no comércio local.
FRANCA
Pesquisa realizada pelo Instituto de Economia da ACIF aponta que 77% dos consumidores pretendem comprar no Natal, com tíquete médio de R$ 351. De acordo com o economista Adnan Jebailey, o pagamento do 13º salário deve injetar R$ 216 milhões na economia local, sendo que só o comércio deve movimentar R$ 67,5 milhões.
“Os números confirmam o otimismo que temos analisado ao longo do ano. Isso demonstra que, de fato, existe uma retomada da economia em curso, e que o ano de 2022 será decisivo”, destaca o economista.
ITATIBA
Campanhas institucionais, como "Itatiba - Eu compro com segurança Aqui", ações como o ônibus e cartas para o Papai Noel, além da ferramenta para os lojistas da cidade divulgarem seus estabelecimentos nas redes sociais são as principais iniciativas da AICITA para as vendas de fim de ano. Mesmo sem projeção para a data, a expectativa da associação é de alta no movimento do comércio local e consequente crescimento nas vendas.
JALES
Roupas (40,38%) e calçados (17,30%) devem ser os presentes mais vendidos no comércio da cidade e, em clima de otimismo com a reabertura, a ACIJ prevê crescimento de 20% nas vendas de Natal em comparação a 2020.
Na pesquisa realizada pela associação com 447 consumidores entre 13 e 14 de dezembro, 64% responderam que pretendem gastar até R$ 200 nos presentes. Outros 67% afirmaram que vão comprar até cinco itens.
Sem fugir da mania de deixar tudo para última hora, 87% responderam que ainda não compraram o presente, e outros 52% disseram que vão pagar à vista. Desde o dia 16/12, as lojas da cidade passaram a funcionar até às 22h.
JUNDIAÍ
As vendas de Natal devem ser até 5% maiores que as do mesmo período de 2020, segundo pesquisa do Instituto de Dados da ACE Jundiaí em parceria com a Noonly. Dos 728 entrevistados, 60,39% responderam que vão presentear, 52,8% pretendem comprar pelo menos três presentes e 95% devem fazê-lo em lojas físicas.
“Com certeza este será um Natal muito melhor do que foi em 2020”, acredita o presidente da ACE Mark William Ormenese Monteiro. “Nossa pesquisa apontou que, de todas as datas comemorativas do ano, esta é a com a maior intenção de compras, o que sinaliza para o início de uma recuperação muito esperada e desejada para o comerciante.”
LEME
As expectativas para a data no comércio local são 'as melhores', na avaliação da ACIL, que estima que 77% dos consumidores irão presentear neste ano, retornando ao patamar de consumo pré-pandemia. Para estimular as vendas, a associação comercial local lançou a campanha “Natal Premiado”, que vai distribuir vales-compra e cartelas nas lojas participantes.
Para o presidente a ACIL, Gustavo Moraes Cazelli, os tempos são de renovação da esperança e expectativa de retomada dos negócios e da atividade econômica. “A tendência é que o consumidor pise fundo no acelerador da economia e traga para 2022 a esperança de dias melhores para comerciantes e empresários em geral.”
MARILIA
Um crescimento entre 5% e 7% comparado a 2019 é a expectativa da ACIM para as vendas de fim de ano, já que em 2020 as vendas se concentraram no e-commerce por conta da pandemia e agora, com a reabertura, deverão se concentrar mais entre as lojas físicas, segundo o presidente Adriano Luiz Martins.
MOGI DAS CRUZES
Com impulso da tradicional campanha 'Natal Premiado', que deve sortear vários prêmios, incluindo uma motocicleta, a ACMC projeta crescimento médio entre 7% e 8% nas vendas ante 2020.
Nos supermercados da cidade, que já recebem um grande número de clientes em busca de itens da ceia de Natal, a expectativa é de crescimento de 7%, segundo o diretor do Shibata Supermercados, Fernando Shibata.
Já o gerente regional da Oscar Calçados, Maurício Zavanela, afirma que para o Natal o gasto médio ficará em torno de R$ 210,00, com projeção de crescimento de 10% em comparação a 2019. Para a ACMC, a ampliação do horário de funcionamento das lojas até 22h, e até meia-noite nos shoppings, será um atrativo a mais para as compras.
MOGI MIRIM
As vendas de Natal animam os comerciantes mogimirianos, mas atingir o patamar desejado pode levar um tempo. De acordo com o presidente da ACIMM, José Luiz Ferreira, o Natal deste ano será moderado, já que muitos consumidores ainda estão restabelecendo as finanças, e outros querem entrar em 2022 sem pendências financeiras.
“Historicamente, as vendas natalinas são boas, por pior que seja o ano. Não acredito que será um Natal das lembrancinhas, mas o consumidor estará mais comedido na hora de comprar, levando apenas o necessário.”
MOGI GUAÇÚ
Projeção da ACIMG aponta que as vendas de Natal terão alta de 10% ante 2019, pois em 2020, com a pandemia, houve uma queda brusca de quase 20%. De acordo com a associação comercial local, os produtos mais vendidos serão roupas, calçados e itens de menor valor. Já o tíquete médio deve ser entre R$100 e R$150.
Adenilson Junior dos Reis, superintendente da ACIMG, afirma que, na cidade, as vendas serão maiores em produtos de menor valor.
Além disso, as pessoas estão podendo se encontrar socialmente, e isso é importante pois todos querem renovar o guarda-roupa, o que impulsiona as vendas na área.
"Temos notícias de que vários produtos estão faltando, pois as empresas subestimaram as vendas e agora estão ficando sem estoque.”
POMPEIA
Com ajuda da promoção 'Natal Esperança', que começou antes da Black Friday e antecipou a temporada de compras de fim de ano, a expectativa do comércio local é de alta entre 5% e 7% nas vendas ante 2019 impulsionada pelas compras nas lojas físicas, segundo Rinaldo José Traskini, presidente da ACE Pompeia.
A campanha que prevê o sorteio de cinco prêmios de R$ 3 mil e mais cinco de R$ 1 mil cada até 8 de janeiro nas lojas participantes deve ajudar a fortalecer o comércio local após um ano complicado para equilibrar as contas, na avaliação da associação. “O momento agora é de foco nas vendas”, destaca Traskini.
SANTO ANDRÉ
Projeção da ACISA aponta crescimento de 15% nas vendas natalinas em comparação a 2020, segundo o presidente Pedro Cia Junior. Para ele, a economia está em ritmo de aquecimento, e será uma oportunidade para os comerciantes recuperarem uma parte das perdas acumuladas ao longo dos últimos meses.
“Acreditamos que, embora o valor do tíquete médio seja menor, haverá maior movimentação nos comércios por procura de presentes e lembranças, até mesmo em razão da volta das confraternizações." Para o presidente da ACISA, os itens que deverão ter maior saída são vestuário, perfumes e alguns aparelhos domésticos e de uso pessoal.
SÃO BERNARDO DO CAMPO
Baseada na injeção de dinheiro na economia com o pagamento do 13º salário, a ACISBEC estima que as vendas devem se intensificar até o Natal, com a expectativa de que o movimento cresça entre 5% e 8% ante 2020.
Essa expectativa é baseada na retomada da confiança do empresário e do consumidor, segundo o presidente Valter Moura. Mesmo que a pandemia ainda esteja assombrando a população, os consumidores estão com mais vontade de comemorar e fazer compras, acredita. Porém, esse ainda deve ser um Natal de lembrancinhas.
“Há fatores que não devem ser descartados. A situação é instável, a inflação e o desemprego são os principais motivos. Por isso, o consumidor está reticente, não sabe o que pode acontecer no futuro e prefere guardar um pouco de dinheiro”, afirma. Segundo a ACISBEC, a perspectiva é de um gasto médio de R$ 180.
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Para a ACI São José dos Campos, o Natal desse ano deve consagrar a retomada da economia, já sentida nas datas anteriores do comércio, como Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia das Crianças.
De acordo com pesquisa realizada pela ACI em parceria com a Unitau, a previsão de crescimento para o comércio local é de 7% sobre 2019, sendo que 67% dos lojistas esperam um Natal com aumento de vendas. "O consumidor está otimista, o lojista também, e a somatória disso tudo é muito boa", acredita a presidente Eliane Maia.
SÃO PEDRO
Uma pesquisa realizada pela ACISP sobre expectativa de vendas para o Natal mostra que o comércio local espera alta média de 30% nas vendas de dezembro ante novembro. Comparada a 2020, a expectativa é de alta de 25%.
Segundo o presidente Benedito Ernesto Braganholo, entre os principais motivos apontados pelos empresários para este aumento, além da data comemorativa, estão a retomada da economia e o início do reestabelecimento econômico do consumidor, a melhora da pandemia com o avanço da vacinação e as vendas on-line.
Pela pesquisa, a categoria mais vendida para o Natal será a de produtos alimentícios, em especial itens para a ceia e cestas comemorativas (36,4%), seguida por vestuário (18,2%). Já o tíquete médio será de R$ 110. Com a campanha Compra Premiada, a ACISP espera injetar R$ 100 mil reais na região por meio de vales-compra até janeiro.
SOROCABA
No comércio de Sorocaba e Votorantim, o Natal deve movimentar as vendas em até 5%, segundo pesquisa da ACSO em parceria com a Athon Ensino Superior. Mesmo com indefinições e incertezas provocadas pelo surgimento da variante Ômicron, aliado com a elevação da inflação, 65% dos consumidores devem presentear na data.
Do total, 36,7% devem comprar no comércio do centro ou bairros, mais do que os 15,2% de 2020, demonstrando que os consumidores estão retornando às lojas físicas. O tíquete médio será de R$ 430, e a tradição de deixar tudo para a última hora será mantida: 76,6% dos entrevistados vão comprar somente na semana do Natal.
“Este comportamento também é consequência do recebimento da segunda parcela de 13º salário, já que a maioria utilizou a primeira para o pagamento de dívidas”, avalia o economista Roque Camargo.
TAUBATÉ
A expectativa do comércio da cidade é de alta de 5% nas vendas em comparação a 2019, segundo a ACIT. Também espera-se aumento no tíquete médio, que deve ficar entre R$ 100 e R$ 150.
No mês de dezembro, as lojas podem funcionar até às 22h na cidade.
VINHEDO
A ACIVI projeta bons resultados para as vendas de Natal, com expectativa de alta de 10% em relação ao ano passado. Para estimular o setor e atrair mais clientes, a campanha Natal Premiado sorteará diversos prêmios, incluindo duas motocicletas elétricas, smartphones, TVs, e R$ 30 mil reais em vales compras. Outro atrativo para os comerciantes e os clientes da cidade é a ampliação do horário de funcionamento das lojas até às 22h.
FOTO: ACMC/Divulgação