A importância de um organograma no crescimento estruturado de uma empresa

*Por Alcides Rocha

Um erro comum encontrado nas empresas é a desorganização das definições de cargos e hierarquias. Não é à toa que o Brasil é o país líder mundial em processos trabalhistas. De acordo com dados do IBGE, em 2014 o número de processos que chegaram ao TST cresceu 6% em relação ao ano de 2013, que recebeu cerca de 300 mil ações trabalhistas. 

Práticas simples, como a criação de um organograma, facilitam o dia a dia tanto do executivo quanto do colaborador, pois neste ficam determinadas as funções de cada cargo e também os níveis hierárquicos, possibilitando um plano de carreiras para o funcionário. 

O organograma é um importante estágio de organização e profissionalização da estrutura da empresa. Muito além de um documento formal, ele exige delegação de poderes, definição das liberdades e responsabilidades de cada diretor, gerente, supervisor ou outros cargos de gestão de pessoas. 

Veja alguns passos para a criação de um organograma efetivo:

• Obtenha, dos sócios da empresa, a definição clara e formal da estratégia do negócio e no máximo três objetivos principais que devem ser alcançados; 

• Consiga que o primeiro nível, ligado diretamente aos sócios, possa realizar algumas reuniões em conjunto, sem a presença deles, para estudar e apresentar como enxergam a adequada operação da empresa para atingir estes resultados; 

• Aprovada a linha de operação, você terá o embrião do organograma. Reúna o grupo de profissionais diretamente vinculados a este primeiro nível, pois eles contribuirão com a visão operacional e as necessidades que devem ser supridas para o adequado funcionamento da organização; 

• Pronto, seu organograma está tomando forma. Ajuste detalhes, troca de subordinação entre as áreas, determine os fatores críticos de sucesso e seu Organograma está finalizado.

Implementar um organograma significa respeitar as pessoas e posições que nele foram inseridos e, portanto, cobrar os desvios e resultados destes mesmos profissionais. A disciplina e a conscientização de todas as pessoas que figuram na reestruturação da empresa são fundamentais para a validação e estabilização da estrutura orgânica da empresa. 

Por exemplo: os donos ou sócios não devem atravessar nenhum nível hierárquico para resolver alguma questão porque são os donos da empresa. Cada profissional deve exercer sua função sem nenhuma intromissão de pessoas que não estão destinadas ao setor.

Breves reestruturações como a determinação de hierarquias e responsabilidades são práticas efetivas de uma Governança Corporativa em uma corporação que busca o crescimento sustentado. 

*Alcides Rocha é presidente da Finance365, primeira plataforma brasileira de Governança Corporativa focada em PMEs